Infecção por streptococcus

Esta última vez que fui á médica ela disse-me para, durante a gravidez não me esquecer de dizer que tive uma infecção por streptococcus. Claro que fui logo ver porquê! Vou partilhar comvosco o que descobri...

Infecção Urinária na Gestação

A infecção urinária é a infecção mais comum e a primeira causa de sepsis durante a gestação, além de se associar com trabalho de parto prematuro e suas complicações.

A glicosúria e a proteinúria que normalmente acontecem durante a gravidez, também, facilitam a colonização de bactérias no trato urinário .

Dentre as gestantes 1% a 2% terão infecção sintomática e 2% a 13% assintomática, sendo que destas últimas, 30% a 50% evoluirão para pielonefrite se não tratadas.

A bacteriúria assintomática é caracterizada pela presença da bactéria na urocultura sem sintomatologia . Questiona-se a realização da urocultura como rotina no pré-natal pelo seu custo. Há aqueles que a indicam somente se existir sintomatologia, nos casos de recorrência ou na presença de fatores de risco como: idade avançada, multiparidade, baixo nível socioeconômico, litíase renal, disfunção anatômica do trato urinário, diabetes e promiscuidade sexual . Outros, como o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia defendem a urocultura como rastreamento das infecções urinárias, sendo obrigatória antes da 16ª semana de gestação47.

Com um exame negativo no inicio do pré-natal, será pouco provável o desenvolvimento de ITU durante esta gestação; mas se positiva, a paciente deverá ser tratada e acompanhada com uroculturas de controle, de 7 a 15 dias após o tratamento, em especial se a paciente for de alto risco.

A urocultura é considerada positiva dependendo de como foi coletada: jato médio - 100.000 UFC/ml ou mais; sondagem vesical - 100 UFC/ml; e qualquer valor, se for realizada punção supra púbica.

Quanto à urinálise, a presença de leucócitos, proteínas ou sangue na urina não implica em urocultura positiva, ao contrário do nitrito, que quando presente, quase sempre está associado a cultura positiva, e por isso é considerado o melhor indicador na análise simples da urina. Portanto, diante de um exame de urina tipo 1 com leucocitúria e nitrito negativo devemos aguardar o resultado da urocultura. Já se o exame demonstrar nitrito positivo, instituímos tratamento de imediato.

Os organismos mais freqüentemente encontrados são: E. coli, Klebsiella, P.Mirabilis, Enterobacter species, S. saprophyticus e Streptococcus ß- - hemolítico . Na presença de Streptococcus b - hemolítico a paciente deverá receber profilaxia antibiótica intraparto, com ampicilina, para evitar complicações como infecções neonatais ou mesmo óbito fetal. A bacteriúria assintomática está relacionada com óbito fetal, retardo mental e atraso no desenvolvimento psico-motor da criança.

Quando a paciente apresenta queixas urinárias, como disúria terminal, polaciúria, desconforto abdominal, hematúria, urina de coloração turva ou de odor fétido estamos, provavelmente, diante de um quadro de cistite.
Casos sintomáticos porém com urocultura negativa sugerem infecção por Chlamydia trachomatis, que responde bem ao uso de eritromicina .

A terapêutica curta com antibióticos como penicilinas, cefalosporinas e nitrofurantoínas são seguros para a mãe e para o feto. Sulfametoxazol e trimetoprim são desaconselhados no primeiro trimestre pelo risco de malformações e no terceiro trimestre por desencadear hiperbilirrubinemia e até Kernicterus. Caso seja imprescindível o uso desta medicação no primeiro trimestre, recomenda-se associar 4 mg por dia de ácido fólico para impedir defeitos do tubo neural.

As tetraciclinas podem causar displasia e descoloração dos dentes e ossos. Estudos com modelos animais de experimentação demonstraram que as fluorquinolonas estão associadas a defeitos na cartilagem fetal, além de artropatias, enquanto a gentamicina pode estar ligada a displasia renal. No geral, aminoglicosídeos e quinolonas devem ser evitados, devendo-se dar preferência às penicilinas e seus derivados.

A infecção urinária alta é mais freqüente na segunda metade da gestação pelo relaxamento da musculatura ureteral e compressão pelo útero. Não obrigatoriamente vem associada a cistite, mas a urocultura é sempre positiva. O sinal de Giordano positivo não é obrigatório e pode evoluir rapidamente para sepse se não tratada45. Nos casos graves são necessários: provas de função renal, hemoculturas e ultra-sonografia. Quando se suspeita de doenças sexualmente transmissíveis (DST) ou infecções vaginais, cultura para Chlamydia e gonorréia se tornam obrigatórias.

Os diagnósticos diferenciais da pielonefrite incluem apendicite, diverticulite, pancreatite, herpes zoster, cálculo renal, infecções vaginais, DST, doença inflamatória pélvica aguda (DIPA), trabalho de parto prematuro ou trauma local.

A paciente com pielonefrite deverá ser hospitalizada com monitorização rigorosa do débito urinário, pressão arterial e temperatura. Administrar cristalóides e antibióticos IV após a coleta de hemograma e urocultura. Se houver dispnéia ou taquipnéia o raio X de tórax torna-se obrigatório. Os controles laboratoriais devem ser solicitados a cada 48h e o antibiótico pode ser modificado para via oral assim que a paciente ficar afebril. A alta é dada após 24h sem febre e o tratamento pode chegar a 14 dias.

Infecção recorrente atinge até 40% das pacientes. Após a segunda infecção urinária na gestante, esta deverá ser tratada profilaticamente até o final da gestação. Outras indicações para o uso profilático do antibiótico são: litíase renal, diabetes, antecedente de pielonefrite ou alteração anatômica do trato urinário.

Também tem aqui um resumo gravidaegata.blogspot.com




 

Apesar do meu historial, da vacina para o sangue negativo e do streptococcus não tenho medo. Estou com uma fé e uma esperança que tudo vai correr bem.

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